A corda, meu amor, De todo amor afrouxa, Todo mais vira menos Toda cor desbota, E todo som já virou silêncio. É quando pasmo ao ver o céu como sombra Com suas nuvens pesadas e pêndulas de líquidos. No mesmo instante que as folhas caem...
Uma emoção rígida quanto possível Faz-me estremecer os gestos largos, De douradas sensações prontas e tristes Levando-me, em sons, a pôr ondas em meus lábios. Mordo, em delírios, os gestos convidados A interagir com a vida morta da degeneração...
Eu passeio na rua Com o estômago vazio de ti Acreditando na dor e No fôlego retido do tempo. Saudosamente te trago em silêncio Dadivosos votos de contemplação E o mesmo esmoleiro cata os restos Daquilo que te sobra Ou o que dás por...
É lua cheia e você não veio E nem nunca virá Demorei a perceber... Lenta sou com a realidade E míope de sonho. Há sempre um intervalo entre Mim e ti onde escondo Todo o infortúnio da espe...
Tantas cores embelezam a cidade Para lembrar o grigio dos meus dias Muitas sandálias brincarão sobre os meus olhos tristes... Os mesmos frevos... E o mesmo ser... E a tão longínqua lembrança De hálito e cerveja Sobre o meu cor...