Lembro da última vez que ti tive em meus braços e calei toda e qualquer palavra de carinho. E todo o meu estado de deleitação foram por ti percebidos, pelos sussurros e gemidos, que naquele momento eram permitidos. Fora todo o estado de deleitação, todos os gemidos, sussurros e as respirações ofegantes, própria dos amantes, calei-me como nunca pensei calar e naquela noite o meu amar você foi afônico. (fragmentos de um passado)
Não sei o que é feito de mim na tua presença
Sinto todo um quê que fere, arde e flama.
Tal como uma febre a bater o queixo
Que sente falta e que dói até ser branda.
Se quero que de mim desapareças
Qual a razão que ponho aqui a minha
queixa?
Não é para me fazer infeliz e tão pouco a
ti.
Mas meu peito te reclama
E sinto saudades de ti. (...)
Da rima fizeste o verso,
Sorrindo falaste da dor,
Nos teus olhos havia glória,
Mas também havia clamor.
Como você tentarei rimar
E aqui um verso deixar.
Mas o riso não verás
Pois a dor prevalecerá.
Poema não só é feito de alegrias,
Mas se fosse,
Nunca existiriam essas linhas,
Pois o riso em mim não há
Porém a dor em mim está.
Rima, verso e dor
Tudo isso lhe darei
Te darei rima, te darei verso
Te mostrarei a minha dor.
Porém o riso não!
Porque ele se acabou.
Sinto que não sei o que sinto
Quando repouso os olhos em ti.
Apenas penso que me é agradável ver-te
Como me é agradável ver o inverno, a noite e o luar.
Pois quando vejo o inverso, a noite e o luar
Só há em meu peito o encantamento de ficá-los a olhar.
Entretanto se juntar a poesia, a prosa e a emoção.
Dar-se tudo em uma canção bela, difusa e de tão profunda
Inunda o meu coração.
Do amor que me dás e do que dou a ti respectivamente
São como acordes sobre uma pauta metricamente harmoniosa.
Resultando a canção tão gloriosa
Que me é vista como amorosa.
Que não sei sentir
E penso que não sei explicar.
- A Múcia Cristine (Muc)
Eu cavaleiro errante e louco
Fiz da amada
em minha alma
o gozo
E lhe chamei de Dulcinéia.
De olhos azeviche
e seios conchas livres
E da boca o clã de minha boca...
Ah, quem dera foste barroca
Em comunhão a minha voz rouca e apouca.
Que esperava um dia "cer-v-antes" a tua mão frágil e boba.
Miguel M. Verlaine - mais um em mim
Sinto calafrios que provém de uma saudade obesa
Que pesa em mim os sonhos puros.
E toda vez que sinto frio,
Recorro a lençóis vazios
A imaginar teus braços,
A simular teus beijos.
Procuro em masturbações o desejo do meu sexo solitário,
O motivo que arde em fogo as vestes,
A razão da qual libero minhas mãos que se tocam, se beijam
E num vai-e-vem procuram satisfazer meus desejos mais secretos.
Labutas ações de um amor provecto,
Que treme, arrepia, grita e flama.
E mais uma vez vejo tua matéria que me excita,
Que me afagam em pensamentos intensos de volúpia,
Que clamam e me lembram ósculos
Que outrora me sugaram sucessivos êxtases.
E se é para aliviar tanto tesão,
Libertarei infinitas vezes minhas mãos,
E te trarei em cada toque,
Em cada orgasmo vão.
...Houve um tempo
Um lugar não tão longe daqui mas incógnito.
Onde tudo era fora do normal,
Porém nada de anormal era feito.
Esse era o local de todos os anjos,
De todos os santos,
De todos os atos.
(Eram anjos inocentes
No tempo de grandes decisões)
E não havia neste lugar
Quem não quisesse amar.
Não havia fama,
No peito não existia gana,
Apenas a inocência abria os olhos para a madrugada.
Era o meu tempo,
As páginas dos meus dias,
O abrir dos meus olhos,
O tempo era a alegria...
Porém existiu um dia de grandes trevas,
Raios e trovões cobriram minhas terras,
Minha gente, meus sonhos
E as decisões de minhas mãos limpas.
Eram tempos tristes,
Um eterno cortar de asas.
(talvez castigo dos deuses, quem irá saber?)
Esse era o tempo dos meus dias
INOCÊNCIA E IMAGINAÇÃO.
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Quem sou eu
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